quarta-feira, 28 de março de 2012

Saudade...



Saudade daquilo tão bom,
Saudade do que lembro de nós,
Saudade do que nem vivemos, 
Saudade do que pode vir, 
Saudade das palavras ditas, silenciadas em nós.


Saudade de cada momento,
Saudade de cada sonho,
Saudade das nossas risadas,
Saudade dos nossos segredos,
Saudade daquilo que já não está aqui, mas que não deixou de existir!


Nunca mais negarei um 'eu te amo',
Nunca mais deixarei escapar um minuto com você,
Nunca mais negarei meus sentimentos a ti,
Nunca mais esquecerei tal amor,
Nunca mais te deixarei partir...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Capitulo 10 - O telefonema misterioso e as cartas

Era incrível como ele mexia com ela. Como ele tinha o dom de colocar-lhe um sorriso nos lábios. Agora mais do que nunca ela sabia o que queria fazer, agora ela tinha um novo rumo pra onde seguir. Ela sabia que aquele amor a guiaria, ela não sabia aonde chegaria, mas sabia que de uma forma ou de outra seria feliz. Ela sabia que queria estar com ele, perto ou longe, ela queria poder dizer "eu te amo" sem culpa, sem medo, sabia que agora poderia fazê-lo. Ela só queria ser ela mesma pra ele, e iria fazer isso. Sabia que precisava fazer! Ela o amava e a única coisa que precisava naquele instante era falar isso só pra ele! Ela nem precisava, mas sabia que era o certo a se fazer: dar amor a quem ele pertence!  Ela sabia que não seria fácil ter que desenterrar todo aquele sentimento soterrado havia tanto tempo.
Daniela colocou o bilhete em sua cama, como se por impulso pegou o telefone e digitou o número dele, era com Breno que ela precisava falar. Sabia que precisava pedir desculpas pela maneira fria com que o tratara, sabia que precisava dizer-lhe como o amava. A única coisa que lhe atormentava enquanto esperava que ele atendesse a sua ligação era como dizer-lhe do amor que sentia, havia tanta coisa guardada ali. Ela sentia medo de estar sonhando, mas algo em seu intimo dizia que aquilo era real. Que eles se amavam e nada poderia impedir aquilo de acontecer. Mas ele não atendeu. Sentiu seu coração despencar, ele sempre a atendia. Devia estar chateado. Devia tentar mais tarde. Deitou-se sobre a cama do jeito que estava deixando cair o bilhete que recebera havia poucos minutos de Breno, olhou pro teto e lembrou imediatamente do sorriso dele. Aquilo tinha o dom de deixa-la feliz, de ser pra ela o maior e mais precioso presente. Ela precisava vê-lo. Foi em meio a esses pensamentos que Daniela adormeceu.
Acordou cedo aquele domingo de manhã, os pais haviam colocado um cobertor sobre ela e deixado à garota dormir. Sentia frio, decidiu tomar um banho, comer algo e sair, ela precisava colocar tudo no lugar. Ela precisava estar inteira quando fosse falar com Breno. Depois do banho dirigiu-se para a cozinha, mas enquanto preparava algo percebeu que não sentia fome. Deixou um bilhete pros pais, avisando que iria apenas passear, pra que eles não se preocupassem. Sentiu um alívio. Precisava andar, sentia-se confusa demais. Tanta coisa tinha acontecido em menos de 12 horas. Sentia-se mais mulher agora. Frágil e ao mesmo tempo forte. Depois de um longo passeio, ou assim lhe pareceu, tocou a campainha da casa de Breno, porém surpreendeu-se com a falta de resposta. Mas ele havia se declarado, deveria querer uma resposta. Não achou que quando ele disse que a deixaria em paz ele a deixaria dessa maneira, sozinha. Sentia-se péssima, não gostava nem um pouco de ficar sem noticias dele.
Resolveu então ir conversar com suas amigas, já não era tão cedo. Foi devagar e perdida em seus pensamentos, mas seus pés a levaram até lá: a casa de Marina. Esta lhe atendeu de pronto, louca por noticias do ‘encontro’ que Daniela e Breno tiveram. Sem conseguir se conter, Daniela abraçou Marina. Ela estava completamente angustiada e como boa amiga Marina a acolheu, sem entender. Enquanto acalmava a amiga, resolveu ligar para Aline que pouco depois se juntou as duas. Depois que contou-lhes tudo que havia ocorrido nas últimas horas entre ela e Breno as duas finalmente deram sua opinião: ela precisava mais que tudo falar com ele. As meninas se dispuseram a intermediar a declaração de Daniela e ela, meio sem outra opção, aceitou a ajuda, um pouco mais feliz. Passou o resto daquela manhã pensando no que escrever, mas Daniela ainda estava no meio de um turbilhão de sensações e pensamentos e nada que pensava em escrever lhe agradava. Resolveu escrever depois e mandar no mesmo instante que terminasse para Marina.
Continuou angustiada com aquilo e tentou outras tantas vezes falar com Breno, mas continuava sem resposta alguma dele. Passou a semana inteira naquele estado, aflita sem saber o que fazer. Sentia-se fraca, impotente diante daquela situação. Culpava-se pela falta de respostas dele. Magoara-o, sabia. Ferira-o cruelmente e ele a amava.
Daniela não fazia ideia que Breno pensava nela incansavelmente naquela ultima semana. Ela sabia que ele estava triste, mas não sabia que o real motivo de tamanha tristeza era outro: depois de sair da porta da casa de Daniela alguém lhe telefonara e chegara a apavora-lo. Não se sabe o que a tal pessoa que ligara para ele havia dito, muito menos quem seria, mas era por causa daquilo que ele estava tão triste: ‘a voz’ queria que ele se afastasse de Daniela. Ninguém sabia o por quê. O garoto apenas avisou aos pais que não atendessem a menina.  Aquele silêncio perturbava a ambos. Se amavam tanto, e mais uma vez eram impedidos de viver isso...
Foi aí que decidiu escrever-lhe novamente. Entregaria por Marina, ou até mesmo Aline. Precisava estancar a dor que ela estaria sentindo. Mentir dizendo que não a amava, ele precisava fazer isso para protege-la. Mas quanto tempo isso duraria? Quem era a pessoa que tanto os atormentava? Por mais que aquilo fosse doer nela ele sentia uma dor ainda maior: como ele podia mentir pra menina que ele mais amou em toda sua vida?
Foi na manhã do sábado que Daniela teve uma surpresa. Marina apareceu em sua porta com um bilhete de Breno. Parecia-lhe triste. Bastou ler o bilhete para entender:
“Estou indo embora pra bem longe. Onde eu não possa ferir o coração de uma garota. Perdoe-me ter-lhe dito que a amo. Achei que seria uma ótima brincadeira, achei que entenderia a piada. Foi tudo um passa tempo tão bonitinho, meloso, mas é hora de voltar a realidade. Vou embora, peço que não me procure, não a quero. Adeus!
Breno”
Aquilo não podia ser verdade, simplesmente não podia. Devia ser um engano. Mas reconheceu aquela letra, sabia que era dele. Ele a escrevera. Marina a puxou para o quarto e tentou consola-la em vão. Havia algo errado, ela sabia que tinha. Cabeça e coração lhe diziam isso, porém era inegável que ele havia escrito aquilo, que ele estava se despedindo. Aline, que havia combinado de encontrar-se com as duas na casa de Daniela logo chegou para tentar consola-la também, sem nenhum sucesso. Porém, Aline deu um novo caminho para Daniela: escrever uma declaração. Aline, ela sabia, também sentira que havia algo errado. É sempre mais fácil alguém de fora ver o que tá acontecendo de uma maneira mais geral. As três amigas sabiam que ele não se declararia por brincadeira. Ela precisava amolecer o coração dele, entender o que estava acontecendo. Daniela terminou de chorar, de tirar tudo àquilo que havia de ruim em si. Pegou papel e caneta em sua escrivaninha e pôs-se a escrever:
“Querido Breno,
Eu sinceramente não vejo razões pra acreditar que tudo aquilo tenha sido brincadeira. Tantas vezes vi em seus olhos um brilho tão especial. Sei que dentro de você existe um sentimento lindo, mas só sei disso porque também te amo. A verdade é que esse amor que sinto por você é entranhado em mim. É inseparável, já faz parte da minha essência. E quanto mais busco palavras para descrever o quanto te amo mais elas me fogem. Nenhuma única palavra é capaz de traduzir com perfeição o que sinto por você. Amor é pouco. Você não mentiria pra mim, não sobre isso. Eu que não. Esse amor que tenho por você é maior que meus medos, que minhas angustias, que meu orgulho. Eu te amo e só tendo você perto pra você entender o tamanho, a extensão disso. Não sei por que você tá fazendo isso comigo. Teu olhar te entrega, entrega esse amor que tem aí! Eu não sei o que houve, mas nunca se esqueça que te amo. Pois, apesar dessa distância que por algum motivo você impôs, eu não esqueci você, nenhum segundo sequer.
Afetuosamente,
Daniela.”

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E finalmente cá estou eu escrevendo de novo. Espero que tenham gostado desse capítulo. Agora é que as fortes emoções começam pra valer. Espero poder postar com mais frequência aqui. Sinto falta de vocês e de ser dramática aqui! Mas se Deus quiser, logo eu vou postar o capítulo 11, que também promete muita coisa!