A cada dia eu me sentia pior por estar indo embora daquele colégio, principalmente depois que o Breno foi tão carinhoso comigo, nunca me senti tão querida por ele, nem por ninguém como naquele dia!Acontece que as aulas acabaram, mas muita coisa aconteceu nessas últimas duas semanas.
No dia seguinte àquele gesto de carinho, encontrei com o Breno no caminho da escola, a apenas alguns quarteirões da minha casa, ele estava com um belo sorriso no rosto, parecia feliz em me ver.
-Olá, Dani!Como está? – pergunta Breno, feliz em me ver, pelo menos ao que parecia!
-Vou bem e você? – pergunto quase mecanicamente, mas encantada com os olhos de Breno que brilhavam cada vez mais!
-Ainda melhor agora.
Isso aconteceu por mais dois dias, tudo parecia normal, a Aline parecia mais tranqüila e até me pediu desculpas em segredo, ela ainda estava mal e só nos falávamos por telefone, ela não queria que ninguém a influenciasse contra mim. Marina ainda estava um pouco abalada e ao perceber que, desde a cena da Aline, Breno se aproximara ainda mais de mim, Marina e eu conversávamos pouco no colégio, dialogávamos no telefone horas a fio e era ótimo notar que Marina estivesse aprovando o sentimento que Breno estava começando a demonstrar. Breno era cada vez mais educado, carinhoso e disposto a me ajudar a encarar o que tava acontecendo, me levava em casa, me esperava perto do colégio, ele queria que Marina entendesse o que tava acontecendo com Aline, a nossa queria psicóloga (Marina) cuidava muito bem disso e sempre que sabia de algo que dissesse a respeito de mim e Breno ela nos dizia e parecia melhorar do choque a cada dia!Já o restante do colégio nem falava nada, estavam mais quietos, pareciam assustados.
O problema daquela penúltima semana de aula é que acabei pegando uma bela conjuntivite e liguei pro Breno, avisando-o que estava doente. Até aí tudo bem, o estranho e bom de certa forma, foi que depois da aula, naquele dia, ele veio me ver. Chamou meu nome várias vezes, como não tinha ninguém em casa, demorei a perceber que ele estava em frente a minha casa.
-Ah, oi Breno! – Disse eu meio sonolenta, me aproximando do portão, sem abri-lo, não queria que meu amado ficasse doente em plena semana de revisão.
-Oi Dani, bem, só vim lhe entregar isso, achei que fosse justo que pegasse a revisão. Marina ainda tá ajudando Aline e as duas estavam sem jeito de vir aqui, mas mandaram um beijo e melhoras pra você! – Diz ele me estendendo o seu próprio caderno, com o mesmo brilho no olhar, ao ver meus olhos inchados.
-Obrigada! – Digo dando-lhe um sorriso carinhoso.
-Ah, só mais uma coisa, é que não posso ficar muito. Desculpe!Mas espero que isso te faça lembrar de mim. – Diz Breno com um sorriso, me estendendo uma rosa meio rosada, meio esbranquiçada.
-Que lindo Breno! – Falo meio sem jeito, com um enorme brilho nos olhos ao pegar a rosa de suas mãos, o que faz com que as minhas mãos recebam o calor das mãos dele!
-Nada, vou indo Dani!Até.
-Até. – Respondo sorrindo.
Daquele dia até a segunda-feira da semana seguinte, Breno ia deixar e buscar o caderno dele na minha casa. Até que na segunda, já bem melhor, achei algo estranho dentro do caderno de Breno. Havia um colar em forma de coração, banhado a ouro junto com um cartão que dizia:
‘Querida Daniela, esse colar é pra que você jamais esqueça que eu estou ao seu lado sempre. Mesmo que nos distanciemos esse ano, nunca vou abandonar você. Sempre que você beijar esse colar, eu irei sentir que precisa de mim ao seu lado. Sempre que eu beijar um colar que tenho comigo, parecido com o seu, você lembrará-se de mim. Sempre estarei com você e você verá e sentirá isso no seu coração. Beijos, Breno’
Coloquei o colar no meu pescoço e deixei um recado no celular dele, dizendo que iria pro colégio no dia seguinte. Foi o que aconteceu, conversamos no caminho, já que ele me esperou a alguns quarteirões da minha casa. Nada falei sobre o colar ou sobre o cartão, acho que ele sabia que eu tinha visto, pois não parávamos de nos olhar afetuosamente. Aquele era o último dia de aula, já que no dia seguinte começariam as provas. Foi tudo tranqüilo, foi a primeira vez que eu, Breno, Aline e Marina sentávamos juntos pra conversar, não tocamos no assunto desagradável. Aline parecia ter esquecido toda aquela cena e tratava Breno normalmente, conversamos durante os dias de prova, que foram de quarta-feira a terça-feira da semana seguinte, ela me orientava a lutar por ele e disse ter se enganado quanto aos seus sentimentos, disse que confundiu os ciúmes dela por mim, de amiga, com algo relacionado a Breno, agora sim, estava tudo bem entre nós.
As provas foram tranqüilas e eu, Breno, Aline e Marina estudávamos juntos a noite, alternando as casas, e no colégio, antes das provas. Terminada a semana de provas, logo no dia seguinte, temos a festa de despedida, numa pizzaria, não muito longe das nossas casas. Está tudo tranqüilo, nada parece haver de errado, estamos felizes, nos despedindo uns dos outros para aproveitar o período de férias. Acabamos de comer as pizzas que nos foram servidas no rodízio. Eu estou cansada, detesto despedidas, sou muito sentimental e sei que vou chorar ao me despedir de Breno, Aline e Marina, principalmente de Breno, mesmo que nós todos vamos nos ver às vezes, mas sentiria falta das nossas loucuras. Envolvida em meus pensamentos levo um susto e logo me acalmo ao perceber que Breno me chama pra conversar.
-Dani, você tá muito linda, sabia?Alias você é muito linda e hoje tá ainda mais. Vou sentir muita saudade de você! – Diz, com a voz quase falhando. Eu o abraço.
-Nunca estarei longe de você. – Dito isso me afasto, mostro o colar que ele me deu que agora está no meu pescoço e dou um beijo carinhoso, deixando uma lágrima cair.
-Eu te amo, Dani. Sempre te amei, desde quando te vi. – Diz me abraçando com toda força. – Vou guardar pra sempre você nos meus olhos e no meu coração. Te amo!
Ele se afasta depois de um tempo, permanecemos muito próximos, nossos rostos estão um pouco colados, nossas respirações estão ofegantes, nos olhamos nos olhos com carinho, nossos corações estão disparados, sinto que ele quer falar algo, mas em silêncio ele afaga meu rosto e meu cabelo, eu fecho os olhos, completamente rendida, até que....
-Brenoo, vamos embora cara! – Como sempre interrompidos. Ele baixa a cabeça, afastando-se lentamente, eu olhei pra ele, estávamos decepcionados.
-Tchau Dani! – Diz ele me olhando. Não tinha coragem de se reaproximar e fazer algo.
-Tchau! – Digo triste, indo em direção as minhas amigas, enquanto ele parte com os amigos dele.
Ao chegar a casa, sem ter prestado a mínima atenção no que as meninas tinham dito, deito e fecho os olhos, lembrando de tudo o que acabara de acontecer, foi tudo tão profundo, tão intenso e ao mesmo tempo tão doce. Beijo devotamente o colar, minhas lágrimas insistem em cair, sinto mais falta dele do que achei que sentiria.
-Ah, Breno. Se você soubesse o quanto eu te amo! – Falo, chorando no escuro do meu quarto.
Depois de minutos, me levanto, tomo um banho, lavo bem o rosto, escovo os dentes, me visto e vou dormir. Por alguns minutos, antes de conseguir dormir, sinto como se Breno me abraçasse, senti seu perfume, suas mãos tocando minha pele e caio em devaneios de uma longa e romântica noite de amor entre nós. É quando adormeço, em meio a enormes sensações de que Breno está sim, comigo naquele momento, de alguma maneira.
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